quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

TALVEZ.............



TALVEZ 

De repente você nota, em certa noite de chuva, que ninguém se importa mais. 
Noite em vigília. O caos se instalou enquanto você tentava dormir em vão.
A imagem iluminada se desgastou depois que a paixão virou mercadoria. 
Evaporaram-se os dados precisos e um tanto mágicos que a poesia exibia.
Perdemos toda inocência, talvez nossa última chance.
Transformamos o real não num mito fugidio, performance discreta ou fluxo de uma gravura, mas numa incoerência
algo eufórica, cheia de comentários sobre outras pessoas e paisagens, pois aquilo que se chamava vida eram fábulas do momento presente, o recriar incessante no castelo de areia, onde ondas eram adivinhas, brincando de desaparecer.
A sensação agora é de uma velocidade que de repente não muda muito as coisas.
Pelo menos em essência, isto não existe.
Mas o que é essência, e por que perdemos nossos instantes preciosos e o sono escrevendo ao vento ou então dispersos nesses gestos inúteis e sublimes tentando alcançar alguém no outro lado da linha...

Nenhum comentário:

Postar um comentário